quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Estação Ferroviária de Vinhedo Saudades do Trem em Vinhedo


Cia. Paulista de Estradas de Ferro (1872-1971)FEPASA (1971-1998)



VINHEDO

Município de Vinhedo, SP

Linha-tronco - km 22,921 (1958)

SP-2965

Inauguração: 31.03.1872
Uso atual: sede de escoteiros

com trilhos
Data de construção do prédio atual: c. 1900
HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco da Cia. Paulista foi aberta com seu primeiro trecho, Jundiaí-Campinas, em 1872. A partir daí, foi prolongada até Rio Claro, em 1876, e depois continuou com a aquisição da E. F. Rio-Clarense, em 1892. Prosseguiu por sua linha, depois de expandi-la para bitola larga, até São Carlos (1922) e Rincão (1928). Com a compra da seção leste da São Paulo-Goiaz (1927), expandiu a bitola larga por suas linhas, atravessando o rio Mogi-Guaçu até Passagem, e cruzando-o de volta até Bebedouro (1929), chegando finalmente a Colômbia, no rio Grande (1930), onde estacionou. Em 1971, a FEPASA passou a controlar a linha. Trens de passageiros trafegaram pela linha até março de 2001, nos últimos anos apenas no trecho Campinas-Araraquara.
A ESTAÇÃO: A estação da Cachoeira, um lugar perdido no meio do nada entre as pequenas Louveira e Valinhos, era a segunda parada na viagem inaugural do trecho pioneiro Jundiaí-Campinas, em 31 de março de 1872. Em 1873, o Almanak da Provincia de São Paulo dava como chefe de estação o sr. Albino da Silva Espindola. O nome de Rocinha passou a ser usado para a estação entre 1874 e 1879. No inicio do século XX, construiu-se um novo prédio para substituir o original, que por sua vez foi reformado nos anos 30, deixando somente a fachada da plataforma inalterada. Com a autonomia do município, em 1948, veio o novo nome, Vinhedo. No final dos anos 70, a estação foi desativada, e hoje serve como sede para os escoteiros do município. Felipe da Silva Marques, de Vinhedo, discorda: ele diz que a estação seguiu aberta (teria ela fechado e sido reaberta?) em 1982, quando ele era criança e viajava para São Paulo com os pais de trem (bons tempos!) e mesmo nos anos seguintes. Ele se lembra de "um senhor cujo nome agora não lembro, e que usava muletas e cuidava do pluviômetro que tinha na estação". Já Luiz Garcia Bertotti, por sua vez, afirma que, em 1982, "ela era, pelo menos, usada para embarque e desembarque de passageiros. A litorina que saía da Luz no início da noite parava lá em seu trajeto até Campinas. No final da década de 80, em viagens que fiz para Valinhos e Jaú, os trens também pararam lá, mas com certeza já não havia bilheteria, pois o prédio principal era usado como delegacia de polícia (os escoteiros ocuparam o local bem depois). Os passageiros que embarcavam nessa e em outras paradas eram em sua maioria indigentes, às vezes famílias inteiras. Não pagavam as passagens nem nas estações e nem ao chefe do trem. Ocupavam os corredores e muitos se trancavam nos banheiros durante toda a viagem. Aliás, numa das viagens a Jaú que fiz no efêmero "Expresso do Quércia", o tal chefe do trem desceu antes de Campinas e deixou a composição seguir só com o maquinista, com gente pendurada nas portas como nos trens de subúrbio em horário de pico. Coisas da saudosa Fepasa". "Em Vinhedo há 3 carros de trens antigos, sendo que um deles era um carro hospedaria creio, com espelho de cristal, janelas de madeira, acessórios impecáveis, tudo quase feito à mão... e tudo jogado ao tempo, apodrecendo. Levaram para lá estes carros, cercaram-nos - a cerca já esta abandonada - e lá foram deixados. Tudo isso é de cortar o coração" (Vinicius Costa, 11/2007).





ACIMA: A cidade de Vinhedo vista do céu, em 1974. O pátio ferroviário está no canto inferior direito (Autor desconhecido; acervo Luiz Moraes).

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